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sexta-feira, janeiro 06, 2012

"Nunca seria cliente de um banco com a palavra 'bank' no nome porque não aprecio a letra K"

a quintessência renato carreira

O Marcelo e o Júlio que se cuidem: estamos de volta.

Alexandre Louro» Renato, passaram mais de dois anos desde a última Quintessência. Como tem sido possível a tua subsistência?
Renato Carreira» Foram tempos difíceis, sobretudo com o luto do primeiro ano. Achei que a Quintessência não regressaria nunca mais. Mas depois fui comprado por um grupo empresarial sino-angolano e a coisa melhorou. Ainda choro até adormecer nalgumas noites, mas o pior já passou. Até já me habituei ao meu novo nome imposto pelas chefias. Li Xiao dos Santos.

Alexandre Louro» Já me avisaste que os teus pagamentos têm de ser feitos agora para o Rabobank. Qual é a vantagem de teres mudado o teu domicílio fiscal para a Holanda? Isso significa que és um daqueles dez portugueses que vai continuar a ir ao Pingo Doce?
Renato Carreira» Gostava de deixar bem claro que os rumores que me dão como cliente do Rabobank são calúnias! Nunca seria cliente de um banco com a palavra "bank" no nome porque não aprecio a letra K. Quanto ao meu domicílio fiscal, permanece em Nassau e não vou ao Pingo Doce porque aqui nas Baamas só há Lidl e Intermarché.


Alexandre Louro» Enquanto isso, na Madeira tremem como bananeiras verdes com o fim da Zona Franca. Concordas com a descontinuação dos privilégios fiscais até agora concedidos a empresas (na Madeira e também nos Açores)?
Renato Carreira» Nos Açores também? Estás a tentar desviar a antipatia continental ao nosso segundo arquipélago? És madeirense, não és?

Alexandre Louro» O homem já morreu há uns dias, mas como este é um assunto que te é caro, urge abordá-lo aqui: Coreia do Norte?
Renato Carreira» Peço desculpa, mas não consigo responder. Ainda está tudo muito fresco. Podes fazer-me a pergunta mais tarde? Entretanto, posso ir adiantando isto: já reparaste que é possível cantar aquela canção antiga sobre a Figueira da Foz, substituindo o nome da cidade pelas palavras "Coreia do Norte"? Dá que pensar...



Alexandre Louro» Alta finança: o que achaste do desfecho de "Peso Pesado"? E da "Casa dos Segredos"? (estas coisas chamam-se assim, espero)
Renato Carreira» Acho que a Cátia merecia um prémio de consolação pelo esforço e que devia haver mais sexo entre os gordos.

Alexandre Louro» A Suécia anunciou que vai acabar com a economia paralela em cinco anos. Soltando o Metello que há em ti, arriscas uma previsão para o fim da nossa economia paralela?
Renato Carreira» Durante muitos anos, pensei que "economia paralela" se referisse à convicção (propagada pelas mais altas instituições) de que Portugal era um país a caminho da prosperidade e onde a qualidade de vida prometia grandes melhorias futuras numa inevitável aproximação às médias europeias. A economia de uma realidade paralela, no fundo. Sempre achei mal que quisessem acabar com isto.

Alexandre Louro» Tu que, como é sabido, usas avental, explica-me do caso do relatório dos serviços secretos como se eu fosse um montenegrino de férias em Figueiró dos Vinhos.
Renato Carreira» Не могу говорити о Масонерије, јер бојим се да за мном са оштрим откуцаја. Надам се да вам се допада Figueiró dos Vinhos.

Alexandre Louro» O Ministério Público abriu um inquérito a Otelo Saraiva de Carvalho, que falou, numa entrevista, da possibilidade de haver um golpe militar. Otelo disse até que 800 homens bastam para virar isto. Acreditas num golpe (nem que seja assim)?
Renato Carreira» Acho isso um disparate. Ouvi as declarações e o Sr. Carvalho não usou um único "pá". Isso deveria ser suficiente para provar que não falava a sério.

Alexandre Louro» Já percebeste o que se passa com o Eusébio?
Renato Carreira» Eu avisei que não devia ter comido os bombons que o Pinto da Costa lhe enviou.

Alexandre Louro» A TDT é uma DST que se trata com LSD ou TNT?
Renato Carreira» Não percebi essa pergunta. Começou a ficar com chuviscos a meio e depois falhou por completo. Talvez precise de um adaptador. É o futuro.

Alexandre Louro» O que se passou com a realidade que agora está muito mais fácil arranjar temas para a Quintessência?
Renato Carreira» Entrámos em 2012. Como é o último ano da vida na Terra, os acontecimentos que estavam guardados para o futuro terão de ser obrigatoriamente gastos com a máxima brevidade.

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